Minha experiência com exchanges de cryptomoedas
Faz pouco tempo que estou participando do mercado crypto, cerca de um ano apenas. Comecei fazendo a mineração do Bytecoin, uma moeda focada em privacidade (transações não podem ser rastreadas) e por meio dela passei a conhecer uma série de atores desse incrível mercado. Tudo é novidade, até mesmo para quem desenvolve. Todos os dias surgem novas tecnologias, novas soluções para problemas conhecidos (e para problemas que ninguém sabia que estavam lá), um novo token (ativo emitido a partir da blockchain de moedas como Ethereum, EOS ou Waves) e, por que não, uma nova Exchange.
São tantas exchanges que fica difícil afirmar que todas conseguirão se manter no negócio ao longo dos próximos anos. Acho mais provável que ocorram fusões, assim como é costume em outros mercados. Mas como tudo no mercado crypto é novo, pode ser que algumas simplesmente não suportem a competição e deixem de existir. Fechem as portas, no português claro.
Essas exchanges permitem ao cliente a realização de transações com uma série de pares diferentes. É possível trocar Bitcoin por Ethereum ou outras inúmeras moedas e tokens. Ethereum também pode ser trocado por tantas outras. Há exchanges que montam pares mais exóticos, com Monero e Nióbio Cash, por exemplo. São muitas opções para o cliente escolher e, quase sempre, perder dinheiro. Não me leve a mal, mas o mercado realmente é para poucos. Há empresas e indivíduos que contam com equipes enormes para realizar suas transações por meio de computadores de alto desempenho. Eles contam com profissionais formados em matemática, programação e diversas outras áreas de ciências. Eles são pagos para encontrar formas de estar sempre à frente dos concorrentes (você, eu, etc), aplicando estratégias vencedoras. A regra básica do mercado é comprar na baixa e vender na alta, mas neste mercado quem sabe qual é a alta e qual é a baixa? No mercado tradicional é mais fácil prever algumas movimentações e até mesmo realizar um estudo dos fundamentos da empresa (análise fundamentalista) para determinar se o ativo vale o preço que está sendo pedido. No mercado crypto é tudo mais difícil. A única fonte de informações sobre essas startups é o noticiário especializado e o próprio roadmap das empresas. Um roadmap pode ou não ser cumprido, enquanto que um noticiário pode ou não estar transmitindo a notícia de forma isenta. Não há como saber. O resultado é que o cliente compra um ativo por, digamos, 1230 satoshi (satoshi é a fração do Bitcoin) e planeja esperar sua subida para 1800 satoshi, quando realizará a venda. Ocorre que, por alguma razão inteiramente desconhecida (mas que pode muito bem ser especulativa) o ativo acaba descendo ainda mais, para 800 satoshi, e permanece nesse patamar por um longo tempo. Quando volta a subir, novamente nos perguntamos: o que causou a subida? Na verdade é muito mais provável que os grandes investidores ditem completamente os rumos do mercado e a melhor alternativa para pessoas que tem poucos recursos é pensar bem antes de entrar nesse jogo, pois em pouco segundos é possível perder quase todo o investimento.
Eu não faço aplicação de recursos próprios no mercado. Como estou estudando seu funcionamento e aprendendo um pouco mais a cada dia, procuro utilizar recursos oriundos de airdrops e promoções. Neste caso, quando perco algo (o que acontece com freqüência) não há impacto direto nas minhas finanças.
Qual a conclusão que tiro de tudo isso? Ainda estou aprendendo como o mercado funciona, mas considerando as grandes variações, as altas taxas cobradas por algumas exchanges para transferir recursos, a demora na transferência de alguns tipos de ativos e a total falta de suporte ao cliente na maioria das plataformas, considero que entrar nesse mercado é realmente muito arriscado.
Sinceramente, eu continuarei por muito tempo a empregar recursos indiretos em minhas experiências, dificilmente farei aplicações em algo que se apresenta muito mais como uma caça às raposas do que um verdadeiro investimento.
Vale ressaltar que essa é minha opinião pessoal, isso não é um conselho de investimento e nem tão pouco um conselho para não investir. Cabe a cada um decidir o que é melhor para si mesmo.