O que torna a blockchain segura?

in #pt4 years ago

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Com o crescimento da popularidade da tecnologia blockchain cresceu também a percepção de que tudo o que nela é construído é extremamente seguro. Palavras como descentralização, imutabilidade e segurança criptográfica tornaram-se não só instrumentos chave nesta indústria, mas também sinónimos de confiança, segurança e até mesmo liberdade. Com tanta esperança depositada nesta nova tecnologia, fica mais importante que nunca perceber o que torna a blockchain segura.

O que é a blockchain?

Uma blockchain é uma cadeia de blocos digitais que correspondem a fragmentos de informação. No caso das criptomoedas — Bitcoin por exemplo — esses fragmentos correspondem a dados referentes a transações. Cada bloco conserva um indicador para o bloco anterior e um para o posterior, fazendo com que a remoção e alteração de dados seja uma tarefa extremamente difícil. Para que um malfeitor possa explorar o sistema e alterar uma transação na cadeia de blocos, teria que alterar o bloco com a informação desejada e em seguida alterar os restantes blocos conectados na mesma cadeia.

Esta seria a única maneira de cometer uma fraude sem esta ser detetada, mas devido à intensidade do processo, a probabilidade de acontecer é praticamente impossível. Existem dois grandes tipos de protocolo para encontrar consenso e verificar transações, os protocolos Proof-of-Work e o Proof-of-Stake.

O que torna a blockchain descentralizada?

A blockchain funciona de uma maneira descentralizada porque os utilizadores que verificam e validam as transações fazem-no através de uma rede peer-to-peer espalhada pelo mundo inteiro. Devido ao fato de não existir uma única entidade ou localização geográfica encarregue da manutenção da rede, a integridade do sistema em teoria não fica comprometida. Esta descentralização faz com que seja igualmente difícil a violação e alteração de dados na cadeia de blocos.

A vez da criptografia

A criptografia é outro termo em destaque no mundo blockchain, e é fácil até encontrar a sua associação a quase todos os projetos na indústria através da sua adaptação no termo “criptomoedas.” Este sistema que é usado globalmente para codificar comunicações, serve a blockchain de duas maneiras:

Transações - O sistema criptográfico usado para fazer transações na blockchain chama-se criptografia assimétrica. Este sistema usa dois tipos de chave — pública e privada — para realizar processos de autenticação e encriptação. A chave privada é usada para criar um registo de saída sempre que o seu utilizador quiser fazer uma transação na rede. A pública é somente usada para receber transações. Vamos supor que o Maria quer enviar dois Bitcoins à Inês como presente de aniversário. Ao usar a sua chave privada a Maria consegue criar um registo de saída para a transação que pretende efectuar, e ao colocar a chave pública da Inês — que funciona como o endereço do destinatário — a transação fica efetivada e os saldos devidamente atualizados.

Verificação de transações - No caso de blockchains com protocolo de consenso Proof-of-Stake, as transações são verificadas através da criação de um coinstake, que representa uma quantidade específica de criptomoedas nativas da blockchain. Neste processo, o código criptográfico é calculado tendo em base o montante a ser transacionado pelo utilizador da rede. Em seguida o código é verificado por requerimentos automáticos que variam de dificuldade mediante a idade das criptomoedas armazenadas pelo utilizador.

Estas aplicações criptográficas são absolutamente fundamentais para manter uma blockchain segura. Com a primeira é possível garantir que o só os proprietários das criptomoedas conseguem fazer transações, enquanto que com a segunda asseguramos a integridade do registo de dados.

Considerações Finais

São mais do que merecidos os elogios que escutamos sempre que se houve falar da segurança da tecnologia blockchain. Apesar da maior parte das pessoas conhecerem apenas as suas utilidades, como a criação de sistemas de segurança e a eliminação de intermediários, entre outros, é importante perceber que a segurança na blockchain acontece no desenho da sua arquitectura, através da descentralização e da criptografia. Enquanto que a descentralização elimina possíveis pontos de falha, a criptografia permite que o consenso seja atingido e que a informação na blockchain seja verificada. Esperamos que este artigo seja útil na próxima vez que precisares de explicar o que torna uma blockchain segura!