Liberdade e dignidade humana
Esta postagem é a continuação de um raciocínio desenvolvido numa postagem anterior (Promiscuidade: liberdade ou imoralidade?). Lá argumentei que a sina do ser humano é ser livre, o tão livre quanto possível. Mas que existem certas liberdades que ferem a dignidade humana.
Mas aí naturalmente surgiu a questão: quem define quais as liberdades que ferem e as que não ferem a dignidade humana?
Bem, basicamente a liberdade humana é um valor moral, mas não um fim em si mesmo. Ela existe tendo em vista um propósito maior, que é a busca individual pela felicidade e pela vida plena. Então a liberdade é apenas um meio necessário para atingir esse objetivo, e não um fim em si mesmo.
A finalidade é sempre a busca de uma vida feliz, plena e saudável. Toda liberdade que não seja usada com o propósito de buscar a felicidade e a plenitude da vida humana é considerada uma liberdade indigna e desumana, que fere a dignidade humana.
Sendo assim, eu não posso usar a minha liberdade para prejudicar os outros, mas igualmente também não posso usá-la para me prejudicar. O raciocínio que se usa pra proibir uma pessoa de prejudicar os outros pode ser usado para que ela não possa se auto-prejudicar.
Gostou da leitura e quer mais? Aí vão algumas sugestões:
- Competição ou colaboração: eis a questão!
- Reversão ou breve suspiro antes de voltar a cair?
- A Bélgica tomou um susto nessa Copa. Mas será que se abalou?
- Promiscuidade: liberdade ou imoralidade?
- O Brasil virou primeiro mundo?
- O caso Cocielo: o que eu acho
- A cooperação é a exceção, e não a regra
- Celular com microfone e controle remoto? Como assim?
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Cito "Sendo assim, eu não posso usar a minha liberdade para prejudicar os outros, mas igualmente também não posso usá-la para me prejudicar"... No futuro poderíamos proibir as pessoas de defenderem o "capitalismo" ou o "liberalismo", se a sociedade secular, através do Estado, entender que somente uma "Ideologia X" é o caminho adequado para felicidade?! Fico imaginando o resultado destes processos embrionários! Reflexões!
Veja que felicidade aqui é algo individual e não necessariamente coletivo. Aquilo que me faz feliz não necessariamente fará a coletividade feliz. E é daí justamente que surge a necessidade das liberdades individuais respeitadas. A minha felicidade não necessariamente é a sua.
Se no modelo proposto há liberdade para que cada um defina o que é felicidade para si, então uma das frase me parece sair do contexto... Cito... "Sendo assim, eu não posso usar a minha liberdade (...) igualmente também não posso usá-la para me prejudicar". Ou seja, um praticante de BDSM (um estágio avançado de Sado-Masoquismo) pode se auto-mutilar sem que ninguém lhe vem punir por ter quebrado algum conceito modista de "dignidade humana". Proponho este exemplo, pois em um dos artigos anteriores há a seguinte frase "Imagina o seguinte, que uma pessoa tenha liberdade para cortar o seu próprio braço só porque assim o queira. Será que essa liberdade é válida? Se ele assim o quiser, pode ele se auto imolar? Pode ele ser livre pra atacar a sua própria dignidade enquanto ser humano? É um caso a se pensar, mas eu acho que não."
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Sempre ouvi um ditado aqui... " a tua liberdade acaba onde começa a dos outros". Parece-me ser uma boa forma de medir até onde podemos ir. Como sempre, bela reflexão! ;)
É bem por aí mesmo. Grato por apreciar.
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Em meu entendimento a questão continua em aberto... quem definirá o que é considerado (ou não) "dignidade humana"... e mais... quem definirá o que é (ou não) "felicidade plena e saudável". Neste novo modelo o "cristão" terá que deixar de ser "cristão"?! Pois para o "cristão" a palavra "liberdade" tem um significado bem oposto ao do secularismo ("bem aventurado os que sofrem"). Neste novo modelo "inclusivo" os "cristão" perderão a "liberdade" (meio), pois sua "felicidade" (fim) seria considerada uma "distorção da realidade"?! Reflexões!
Mas é exatamente por essas divergências que a moralidade cristã não é considerada propriamente moral do ponto de vista secular e vice versa. Cabe a cada um com seu intelecto decidir quem tem razão.
Talvez os dois tenham razão, pois se cada um define o que é felicidade para si, então cada um viveria com sua própria moralidade sem que outros venham definir punições por algo que considerem coletivamente "fora do padrão".
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