À procura de anjos
Desde o início da aurora da criação Deus criara sua prole.
Estes seriam os Anjos.
Em alguns casos, consoante sua responsabilidade, seriam Anjos de outro calibre, então chamar-lhes-iam de outra maneira.
Poderiam ser Querubins, Serafins, Benjamins, Potestades, Tronos, etc..
Em algumas culturas, relacionando-os entre essas culturas, poderiam ser os deuses e semideuses dessas culturas...
Mas sucedeu que a determinada altura, devido a várias situações, o número de Anjos diminuiu.
Alguns dos chefes destes, reuniram-se com os mais altos divinos, que resolveram falar com Deus-Criador.
Mas Deus estava ausente.
Resolveram aguardar pela volta do Senhor, mas Ele demorava em chegar.
Sua missão, a dos Anjos, era a de cuidar da criação de Seu Senhor, mas preocupados com esta situação de perda de elementos, começaram descurando-a. Além de que sem anjos para a efectuar, como poderiam cumprir com ela?
Toda a criação saiu então afectada.
Incluindo a humanidade.
À beira da desesperação alguns escolheram descer à terra para procurar soluções:
Alguns recordaram que havia um jovem que com sua música encantava as feras.
(Procuraram por ele e resgataram-no para o Céu, mesmo contra sua vontade);
Outros recordaram antigos escritos que poderiam encantar e criar novas entidades angélicas. Então desceram e levaram-nas para os Céus;
Outros ainda recordaram como em tempo arcaicos, outros de sua raça haviam descido e fecundado as filhas dos homens.
Mas também recordaram que isso não tinha dado bom resultado. Tinham nascido gigantes que a dado momento se viraram contra a humanidade e o divino, levando-os a lutar.
E essa tinha sido uma das causas das suas fileiras angélicas desaparecerem, nessas lutas contra malvados, monstros e outros demónios.
E entre si (entre indivíduos angélicos) não era permitido a reprodução. Correndo eles o risco de deixarem de ser divinos.
Havia uma lembrança muito vaga de reprodução entre os antigos dos antigos, mas eles haviam perdido a conexão a essa fonte.
E os mais antigos dos antigos também tinham desaparecido há muito tempo...
Por isso começaram a procurar por eles.
Tinham a lenda da narrativa que por Amor à humanidade, estes Antigos dos antigos, descendo dos Céus, comungaram com os humanos, providenciando-lhes conhecimentos.
E eram esses conhecimentos que os Anjos agora procuravam.
Por isso resgatavam o homem que encantava as feras com sua música.
Por isso os escritos de encantar.
E mais procuraram...
Alguns até foram ao extremo de capturar as filhas dos homens!
Mas mal o faziam, os mais atentos entre eles os regravam e obrigavam a devolvê-las...
Esta era a sina dos homens-mulheres anjos.
(Homens-mulheres anjos, pois desproviam de sexo que os definisse).
E suas fileiras continuavam escassas...
- "Como voltaremos a ter asas, grande Ser?"
Perguntavam.
Mas seu Senhor ausente emudecia.
A dado momento, quando um destes descendendo capturava jovem, jovem perguntou-lhe de lágrimas nos olhos:
- "Porque me levas? Castigas-me? Fiz-te mal?"
- "Levo-te para te fecundar. É proibido, mas não temos mais asas para nos cuidar. Procuro irmãos de ti."
- "Mas eu não te quero! Estou só mas não por ti vou!"
- "Não te negarás, sou mais forte que tu."
Impelia o bruto.
Jovem chorava.
Chegaram a montanha, entrando numa gruta, e nuvens passavam em baixo.
O anjo pousou e tudo parou.
As nuvens não mais se moveram...
O anjo assomou entrada de gruta de montanha:
- "Até o tempo se vira contra nós..."
Lamentava-se.
Pois se não houvesse tempo, a criação e crescimento do novo ser não se daria.
Jovem, no recanto da gruta ouviu isto, e apiedou-se.
Perguntou:
- "Qual a tua missão, alado?"
O anjo olhou na escuridão da gruta.
- "Cuidar do criado."
- "Quem te deu tal missão?"
- "O Senhor de toda a criação."
Jovem limpou as lágrimas. Também ali sofria alguém que não só este que era jovem.
Levantou-se e chegou-se ao anjo.
O anjo olhou jovem:
- "Colaboras comigo?"
- "Como posso, se é delito? Também eu ficarei mal..."
O anjo lamentou sua sorte.
Não queria fazer mal, mas não sabia de outra opção.
"Porque nos guardais, se somos protecção do Criador?"
"È assim estabelecido. Não sei porquê..."
"De onde vieram os anjos, afinal?"
"Do Senhor."
"E onde está ele?"
"A toda nossa volta!!!"
Respondia o anjo, abrindo suas asas e seus braços, demonstrando a glória da criação no criado."Então se Deus está em todo o lado, e vós viestes dele, vireis do que foi criado."
"Que queres dizer? Viremos dos peixes e das plantas, das pedras e dos mares?"
"Isso não sei, porque não conheço, mas se dos vossos houve gérmen para os homens serem fecundados, através das filhas deles, também de tudo o criado virão os anjos."
"Não sabes o que dizes. Isso não é possível. Vimos da maior fonte do divino."
"Mas se tudo é divino..."
"Fecundámos as filhas dos homens porque eram as mais parecidas conosco, e com elas nos podíamos dar. Corpo de peixe não se dá com corpo de águia."
"Verdade. Mas do cruzamento de humano com divino, não surgiu anjo, mas antes algo corrompido. Anjo com peixe ou com planta não dá anjo, assim como não se dá com humano."
"Então que dizes, jovem? Procuras confundir-me?"
"Antes revelar-te uma ideia: e se te não cruzares com nem peixe, nem planta, nem humano?"
"...Deixaremos eventualmente de existir."
"Se os anjos vieram do Criador e Ele È tudo o criado, então os anjos virão da criação, mas sem cruzamento."
"Agora me baralhaste. Anjos estão em todo o criado?!"
"Talvez não com esse nome, mas sim. E se só com humanos se podem cruzar, talvez só deles possam vir anjos de mesmo nome que o teu."
"Mas sem cruzamento, dizes tu."
"Digo eu."
O anjo então reflectiu nestas palavras e escolheu olhar jovem com sua visão magnífica angélica...
...E espantado abismou-se, pois no fundo de jovem habitava gérmen angélico, aguardando ser criado.
Mas também viu que no fundo, esse gérmen podia cair na escuridão e dar origem àqueles que atentavam contra os anjos e homem e criado: os demónios e monstros.
Mas...também Algo mais.
Algo além do anjo e do demónio, algo que ele não compreendia...
Nuvens voltaram a mover-se...
A montanha estava em harmonia, assim como todo o criado.
O anjo sentia que a criação sorria.
Finalmente os anjos encontravam o seu lugar, de onde vinham e como surgir.
- "A criação sorri! O mistério está solucionado! Partamos que tenho de anunciar isto."
E desceram da montanha, anjo e jovem...
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De onde é isso? É seu? Se não for, poderia citar a fonte? Gostaria de ver mais.
Fui eu que escrevi
Ficou muito bom!
Obrigado.
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