Globalismo não é o mesmo que Globalização

in #pt6 years ago

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Recentemente escrevi um post aqui nesta mesma plataforma sobre a vergonha e incompetência em que está mergulhado o jornalismo brasileiro e também o "jornalismo" internacional em muitos casos.

A crítica pela crítica, pela manchete, pelo conteúdo a ser lido ou pelo número de "likes".
Dane-se o conhecimento real dos fatos e o conhecimento minimamente aprofundado acerca daquilo que se escolhe denegrir... Ou defender.

Você pode ler o post clicando aqui.

A mesma grande mídia e os mesmos veículos de imprensa citados no post acima citado, junto a muitos outros, não se cansam de confundir "alhos com bugalhos". Por consequência não se cansam de comprovar sua incompetência na análise e estudo de termos, na pesquisa séria acerca dos acontecimentos de seu próprio tempo.

Pois bem, a bola da vez é a afirmação que os grandes veículos de mídia e seus "especialistas" tem feito de que globalização é o mesmo que globalismo. Diante da confusão, toda sorte de absurdos e mais confusão é dita e por vezes aplaudida.

Globalização

Estamos vivendo em um tempo onde os povos estão cada vez mais próximos devido a globalização.
Podemos caracterizar a globalização do mundo atual como o fenômeno natural da livre interatividade de agentes econômicos do mundo inteiro que através da tecnologia e também outros fatores, conseguem ter constante relacionamento independente de sua localização geográfica global.

Quanto mais liberdade de comércio e de mercado entre indivíduos, empresas e até governos internacionalmente, mais evidenciado fica a ação do fenômeno da globalização. Desnecessário dizer que a livre iniciativa privada nas áreas de ciência e tecnologia contribuem muito para isto devido as facilidades de negócios que a internet e todas as suas formas de uso trouxeram para o mercado global.
Embora isto fique claro quando citamos a tecnologia, este fenômeno não se restringe aos tempos atuais, mas é a consequência na natureza humana de exploração de novos horizontes. As antigas relações comerciais marítimas e outras formas de comércio entre nações séculos atrás já configuravam o avanço da globalização, algo que ficou acentuado nas últimas décadas, aí sim, com o advento de ferramentas tecnológicas que quebram barreiras.

Globalismo

O Globalismo por outro lado, tende a ser não um mero fator da ação humana natural mas sim a extrema intervenção de uma burocracia política-ideológica supra-nacional em assuntos que em princípio deveriam ser tratados de forma mais localizada em países soberanos.
Após as duas guerras mundiais e dos genocídios em larga escala que estes eventos produziram, houve uma tentativa de criar organizações internacionais que tivessem a "boa intenção" de unir nações em prol de evitar novas tragédias de tais proporções, de construir o bem comum independente de fronteiras entre países.
Pode parecer interessante o discurso de "união das nações", de um mundo "democrático" e "sem fronteiras" e sem "divergências".
Mas talvez tal discurso perca aos poucos sua beleza se pararmos apara analisar que isto significa justamente a centralização não-democrática do poder internacional nas mãos de uma ou mais instituições que "representam" o mundo.

Você brasileiro se sente representado pela ONU ? Pela UNESCO ? Pela UE ?

Eles juram que pensam nos cidadãos que dizem representar. Você acredita ?

As decisões da ONU, para muitas nações ali presentes, soam quase como uma ordem. Problemas de ordem econômica e diplomática podem surgir quando um país que não detém poderes econômicos e militares suficientes se opõem a mesma.
A UNESCO serve quase como um parâmetro sobre como se deve educar as próximas gerações desde países ricos até os países "em desenvolvimento". Seguir as diretrizes da UNESCO e receber o carimbo dos mesmos, em muitos casos é motivo de orgulho.
A União Européia pode votar um "inocente" artigo 13 que visa somente "respeitar" os direitos de propriedade intelectual.
Israel, que se tornou o grande demônio mundial (segundo os discípulos fiéis da ONU) foi criado justamente devido a esta união de nações pós guerra, atualmente Israel, caso não tivesse ajuda externa e não fosse devidamente preparado política e militarmente para contrariar as "diretrizes" da ONU, sequer existiria.
Acesse o Google Maps, veja o tamanho geográfico de Israel, veja quantas nações hostis com lideranças que caso pudessem fariam um novo holocausto de invejar nazistas cercam Israel, veja a proporção das terras israelenses para o restante do oriente médio e tente se questionar se realmente são os judeus o problema.

Sim, é fato que Israel tem ajuda constante dos EUA. Como citado acima, talvez sequer existissem sem tal apoio.
Israel é constantemente questionado nas reuniões de cúpula da ONU. Aliás, quantas vezes você votou ou foi informado devidamente sobre o alto comando "democrático" da Organização das Nações Unidas.
Você pode votar para presidente da sua nação, mas sequer sabe exatamente quem comanda a instituição internacional que pode colocar um presidente de joelhos.

Quantos questionamentos ferrenhos e verdadeiros a ditadura da Venezuela recebeu nos últimos dez anos ???

Nos últimos dois anos, onde está insustentável a situação do povo venezuelano (será que a ONU sabe que existem indivíduos por lá ?), alguns pronunciamentos padrão foram emitidos... nada comparado a contínua e insistente reclamação com um mini país como Israel.

Quantas vezes a cúpula da ONU se reuniu nos últimos dez anos para tratar da miséria que o povo da Coréia do Norte está mergulhada a mais de uma década ? Certamente não tantas quanto defenderam as ações do Hezbollah justificando os "ataques" de Israel.

Você leitor, estude sobre a Open Society Foundation do bilionário George Soros e em como ela tem interferência direta inclusive em agentes do parlamento europeu, votando de acordo com uma agenda Global que está de acordo com o pensamento ideológico de Soros e de outras mega instituições, em muitas pautas inclusive muito bem alinhadas, vejam só, com a ONU.

Você ficaria surpreso se uma fundação bilionária internacional com sede nos EUA como a Ford Foundation fosse um agente financiador de movimentos de esquerda e instituições como a CUT no Brasil ?

Eis o Globalismo. Movimentos político-ideológicos que agem de acordo com sua própria agenda ideológica amparados desde fundações bilionárias até Instituições como a ONU ou UNESCO formadas por lideranças de várias nações trabalhando em prol de um novo mundo. Um mundo melhor, segundo sua própria ótica e visão de mundo e não conforme visões de mundo divergentes. Um mundo com poder decisório e de pensamento e expressão centralizados.

Ok, ok... Você pode ignorar os fatos, pode ignorar obras como o livro "Maquiavel Pedagogo, ou, o Ministério da Reforma Psicológica" recheadas de documentos oficiais das estratégias internacionais da UNESCO para disseminação de novos valores globalmente através de instituições supra-nacionais.

Quando se fala que existe o Globalismo e que o mesmo tem objetivos, não necessariamente se afirma que é simples e que eles conseguirão chegar a tais objetivos. O comunismo é inviável, sempre foi e mesmo assim, tragédia após tragédia pessoas continuam lutando "pela causa".

Conclusão

Partindo dessa diferenciação entre os termos globalização e globalismo, não deveria ser difícil perceber que a liberdade proporcionada pela globalização e sua disseminação de conhecimento em escala mundial, sua facilidade em conectar pessoas de diferentes classes sociais e com distintas necessidades, que criam infinitas oportunidades de negócios e que cumprem um importante papel na descentralização do poder, seja financeiro ou de conhecimento/informação, é uma importante ferramenta contra a tentativa globalista de centralizar o poder.

Diante disso, sempre que você ler ou ouvir um dito intelectual ou jornalista atacando pessoas que se opõem a um poder internacional supra-nacional e centralizado, tentando rotular tais pessoas como contrárias ao progresso e contrárias a evolução social da humanidade, saiba que estarás diante de mais um exemplo clássico de desinformação e ignorância.

Os termos não significam a mesma coisa, na verdade, eles até mesmo se opõem.

Referências:

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