Dissertação de mestrado da FGV tem como tema as criptomoedas, blockchain e moedas complementares (sociais, locais e comunitárias).

Em sua defesa do mestrado profissional em administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo/SP, Fábio Lemes Daneluzzi apresentou a dissertação: Criptomoedas complementares: uma tipologia para moedas locais, sociais e comunitárias criadas em blockchain. Disponível para download em pdf, o trabalho selecionou 28 criptomoedas e fez uma classificação utilizando como base 8 modelos de tipologia de moedas complementares e comunitárias já presentes na literatura acadêmica. A partir desta pesquisa Fábio propôs em sua dissertação a criação de uma tipologia específica para o que chama de criptomoedas complementares.

Entra as criptomoedas analisadas, a maioria foi escolhida por possuírem alguma atuação geográfica (bairros, cidades, países ou até conjunto de países), como o eReal. Outras, por possuírem alguma delimitação a alguma indústria (arte, música e jogos), como a Musicoin. Existem ainda projetos que visam atender a causas sustentáveis (ambientais ou caridade), Carboncoin, Faircoin e Pinkcoin, entre outras.

Particularmente não conhecia o eReal, iniciativa anterior ao BRLT, criptomoeda brasileira estável com valor atrelado ao Real, mas sem compromisso de paridade. Sou entusiasta da Faircoin, como muitos já sabem, participo do primeiro nodo local da Faicoop cuja relatos das reuniões costumo publicar aqui. Pena que a moeda social Palafita não tenha sido incluída na lista, como divulguei aqui, seu idealizador, o Banco Maré (do complexo de favelas da Maré no Rio) recebeu $100 mil do fundo Global Fintech Accelerator Catalyst meses atrás.

Fico contente que mais gente esteja estudando a integração entre as moedas complementares, sociais, locais e comunitárias e a tecnologia blockchain e criptomoedas. Logo que entrei aqui publiquei Steemit e criptomoedas como ferramentas para economia solidária, moedas sociais e clube de trocas, desde então acompanho o Waba Network (@waba), com sede na Argentina, país vizinho que como o nosso tb é referência no uso de moedas alternativas locais. Mais recentemente, divulguei aqui o BeSpiral, dApp brasileiro para criação de criptomoedas sociais e comunitárias usando o blockchain do EOS.

Quem sabe com a queda persistente no valor das criptomoedas que estamos vivendo agora, os projetos em blockchain baseados em práticas sustentáveis, de impacto social na vida cotidiana, envolvendo comunidades e aceitos por comerciantes e produtores locais, passem a ser reconhecidos e valorizados diantes daqueles que priorizam a especulação financeira ou apenas ganhos imediatos.

Valeu! Sucesso e boa sorte mais uma vez!!

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