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RE: FEMINISMO – UMA REFLEXÃO DO QUE REALMENTE É

in #pt7 years ago

Para pessoas como eu e, acredito, a maioria das pessoas aqui no Steemit (que por sinal me parecem bem educadas), falar de feminismo pode ser algo "superado", dado que, ao menos até onde vejo, não fazemos viralizar ideias notavelmente machistas. Entretanto, quando passamos a olhar melhor lugares onde a realidade é um pouco menos confortável, onde as pessoas precisam subsistir e criar um senso de pertencimento a uma comunidade estruturada de um modo hierárquico, percebemos o papel da mulher como gestora da casa e dos filhos, que, ao mínimo sinal de fugir em tom de liberdade dessa rotina, acaba por ser taxada como alguém que não merece respeito. O feminismo tem várias pautas ótimas, a questão é saber onde elas se aplicam ou não.

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Não me atrevo a fazer um comentário, por que esta já falou tudo!

Verdade, legal o posicionamento!!!!

Concordo em numero, gênero e grau!
excelente analise

Concordo. E o post é muito bom também. Mas acredito que sempre podemos falar sobre o feminismo, temos que falar, em todos os lugares, sobre o machismo também. Pois vai alem das consequências descritas no post. Esta na gente, por mais que lutemos, esta encrustado, por uma evolução histórica da sociedade. E mesmo que cansemos de falar, ainda deixaremos muito a ser discutido.

E aqui conseguimos discutir. O que não acontece em outras plataformas, onde reconheço que também deveria estar discutindo, mas infelizmente não consigo. O feminismo virou uma palavra que engloba muitas questões a ser discutidas, e fica difícil discuti-las sem procurar um culpado. O que cai na cultura do machismo, e muitos homens e mulheres tomam para o pessoal, as discussões que são para além do nosso tempo ou cultura.

Não sei quem é do interior, eu nasci em cidade do interior, e o machismo é natural, como mudar algo que é natural, não sei como são as capitais, venho conhecendo o Rio por poucos anos, e vejo uma notável diferença entre discussões. O interior é mais fechado, minha estrutura familiar e de muitos amigos e família, é centrado na estrutura do pai de família, os dos meus pais e avos foram assim também. Assim como são de muitas pessoas, que não conseguem ver alem do lhes foi apresentado em sua realidade.

Acaba que os movimentos extremos e conservadores, principalmente quando tomam a religião como um todo, de modo estrito a interpretação da bíblia e de quem oferece uma linguagem acolhedora para essas leituras, a quem está precisando ouvi-las, torna esse padrão familiar mais forte, mais enraizado. E vemos que não é só aqui, é muito maior do que o Brasil, do que as religiões.

Só nesses tempos de diálogos, onde tomamos para nos todas as questões que julgamos que nos afetam, ou lutamos contra o que não entende as questões que nos afeta, não conseguimos aproximas ao dialogo esses temas que são de estrema importância, até na minha área de atuação, onde o filho tem que "ter várias mulheres, ser pegador, o gala da novela" - homem é o provedor, deve ser homem e usar sua masculinidade, e a filha "comportada, não usar roupas curtas, namorar só quando tiver idade, não pode falar de sexo, bebe vem de gaivota," - mulher não pode ser mulher, só quando for mulher, e essa luta até se tornar mulher é longa.

É um padrão generalista, sempre quando discutimos termos culturais, iremos usar termos generalistas, mas um generalista, que quando ao individual, vejo todos o dias, o sexo masculino que não conseguiu ser o "homem", e o sexo feminino que não conseguiu se tornar "mulher".

Quando somos seres homossexuais ao instinto, pois nosso sexo genético, o XX e XY, não determina nossa escolha sexual, o inconsciente não tem sexo, o consciente que determina nossa escolha sexual a partir da vida que temos. A cultura do preconceito, do julgamento moral, da falta de liberdade individual e dialogo em casa, nos torna seres com dificuldade de lidar com uma problemática, que não é pessoal, é uma problemática que não tem culpado, não cabe valoração, é de um tempo muito além do nosso tempo biológico humano. Somos assim e como poderemos mudar, não é valorando o passado, ou projetando o futuro, é construindo a linguagem do presente, sem tornar isso pessoal. Acredito que não conseguiremos em nosso tempo, mas os movimentos estão ai com cada vez mais voz, já se conseguiu muito, e o tempo da sociedade vai seguir o que agora sustentam o que foi construído ao longo da historia.