Lembrei-me de bons tempos de descoberta do mundo fora do umbigo, na adolescência que eu e um amigo adotamos o hábito de apenas andar. Vagávamos sem rumo, por horas e horas, desbravamos cada rua, cada canto da cidade (já que é pequena), não havia destino, apenas andávamos e escolhíamos aleatoriamente em qual rua iríamos virar, muitas vezes em silêncio. E aquilo era tudo que precisávamos, tornou-se um vício.
Porém nos dias de hoje, com a rotina adulta e tempo cronometrado, isso é muito raro, e muitas vezes a possibilidade de um caminho sem destino é convertido em um passeio de carro (pra levar os amigos e família), continuo seguindo pra ruas desconhecidas do interior, desbravando o universo rural, mas infelizmente, não tão silencioso e nem a pé. Quem sabe eu consiga retornar o hábito daqui um tempo.
:)
É um hábito muito saudável. Gostei dessa experiência da sua adolescência. Não tem a impressão de que a maior parte das pessoas, ouvindo isso, apenas se perguntaria "mas pra quê?!"? Acho que essa simples constatação já dá sentido a toda a reflexão do texto e do seu comentário: as pessoas não entendem.
Confesso que eu também não tenho feito muito disso, mas estou há meses e meses trabalhando um texto longo sobre o tema e o esoterismo, então decidi pegar um trechinho mínimo e adaptá-lo para cá.
Acho que o mais importante é que você sabe que isso importa. A experiência é melhor absorvida por você. Mesmo esse passeio de carro, essa escapada, acaba por ter um efeito semelhante. Acho que um bom tanto do problema é justamente a mudança de percepção em direção à contemplação, e isso eu sei que você já deve ter feito há muito e muito tempo hahahah
Perfeito! E sim, aproveito o melhor que posso os passeios mesmo que motorizados, perdendo-me e surpreendendo-me pelos estranhos caminhos do interior. Fiquei bastante curioso com seu texto completo! Quando estiver pronto me mostre!
Pode deixar! Mas ele está ficando muito grande, coisa de mais de 40 páginas ^^' hahahaha